Technics Versus Pioneer – Uma Batalha de Toca-Discos em 2016

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Logo no início deste ano, aconteceu em Las Vegas a CES 2016, maior feira de eletrônicos do mundo. Em meio a todas as novidades tecnológicas que foram apresentadas durante os quatro dias do evento, a empresa Panasonic mostrou algo que chamou a atenção de muita gente: o relançamento do seu icônico toca-discos Technics SL-1200. De início, para comemorar os 50 anos da marca Technics, serão fabricadas
somente 1200 unidades no formato de edições especiais limitadas. Essa série foi batizada como Grand Class SL-1200GAE e custa a bagatela de 3,3 mil dólares cada. De acordo com o site Tokyo Reporter, logo após as primeiras 300 unidades terem ficado prontas e postas à venda no mercado local, duraram apenas 30 minutos. Outras 900 unidades devem ficar prontas em breve para serem vendidas no mercado internacional. Segundo a Panasonic, outras unidades em um formato, digamos, mais convencional, serão fabricadas para atender a demanda de DJs e audiófilos, e estas outras unidades “mais baratas” já receberam a referência de série SL-1200G, porém não foi divulgado ainda qual será o valor para o consumidor final.

Será que a Technics vai conseguir voltar a dominar o mercado de toca-discos? Bem, ainda é cedo para saber, mas se a marca praticar preços competitivos, com certeza terá chances de se perpetuar no mercado como a marca preferida por todos os DJs. Por outro lado, se seu modelo convencional for vendido por mais de 1000 dólares, terá de enfrentar a concorrência de várias outras empresas que vendem produtos similares com preços bem menores.

E por falar em preços menores, vamos direto ao ponto dessa matéria. Quando a Pioneer lançou seu toca discos em 2014, confesso que fiquei bastante impressionado. Depois de ver vários vídeos, incluindo um deles com o DJ Qbert, fiquei com vontade de vender minhas MK’s e comprar um par desses novas belezinhas. Mas com o tempo, começaram a surgir outros vídeos mostrando defeitos de precisão no pitch, defeitos nos braços dos toca discos que saíram da fábrica sem receberem o devido ajuste e por aí vai. Pensei comigo mesmo “ora, isso é normal, deve ser um ou outro problema pontual. Algo que acontece no início da produção e devem arrumar logo”.

Já se passaram dois anos de seu lançamento e parece que os problemas só estão aumentando. Se você não sabe, muitas empresas que vendem toca-discos hoje em dia usam as mesmas partes internas, trocando somente a marca ou o invólucro em seus equipamentos. É claro que isso não acontece somente agora, e não é somente com toca-discos (caso você queira saber mais a respeito, comece aqui lendo o significado de OEM).

A Hanpin, uma empresa de Taiwan, com filiais em Hong Kong e Singapura é responsável por exemplo, pelos modelos Stanton STR-8150, American Audio HDT-4.5, Citronic PD-45, Audio Technica AT-LP1240 USB, Reloop RP-6000 MK5 e muitos outros. E eu desconfio que o PLX-1000 faça parte dessa lista, mesmo a empresa não abrindo o jogo sobre isso. Esses toca-discos são os chamados Super OEM, por usarem componentes mais caros. Ah, e sim, existem os que são somente OEM, e são mais baratos, como é o caso do Crosley C200 e do Audio Technica AT-LP120-USB. É claro que esse sistema é adotado para aumentar a produtividade e o ganho em escala. E para que o preço seja competitivo, tudo nesses equipamentos é dimensionado para colaborar com essa estratégia. Lembra-se daquela velha máxima que seu pai, ou alguém mais velho dizia quando você era pequeno: Ah, não fazem mais tal coisa como antigamente. Pois é, eles estavam certos. Não fazem, e nem é viável fazer da forma antiga, a não ser que o mercado esteja disposto a pagar o preço por isso.

Tudo isso me deixou com a pulga atrás da orelha, afinal, a Pioneer se consagrou ao longo dos últimos 15 anos como uma marca padrão nas casas noturnas por causa de seus CDJs e Mixers. Mas recentemente, vi um vídeo que não deixa dúvidas sobre qual marca de toca-discos é a melhor para uma danceteria.

Todas as fotos mostradas nesta matéria foram feitas a partir do vídeo review de James Field e autorizadas por ele a fazerem parte deste Blog. Ele tem um canal no Youtube chamado The Bright Pixel, é um Engenheiro de Áudio, DJ e faz a Manutenção e Instalação de Sistemas de Som em Casas Noturnas em Dubai.

Aqui começa a batalha !

Pontos Positivos do Toca-Discos Pioneer PLX-1000

Cabos

Você pode colocar os cabos RCA que quiser, pois no PLX-1000 eles não vem no corpo do toca-discos. Da mesma forma é o cabo de força. Você pode trocá-lo facilmente sem precisar abrir o equipamento.

Menos Orifícios na Base

Ao remover o prato (disco central), a parte superior da Base é inteiriça e tem menos orifícios, facilitando a limpeza e dando mais segurança, caso acidentalmente caia algum líquido lá.

Mais Ajustes de Velocidade

O PLX-1000 oferece o controle de outras velocidades além dos tradicionais 8% a mais ou a menos na rotação. Possibilita, através de botões localizados na parte superior do pitch, controlar 8%, 16% e 50%.

Pontos Negativos do Toca-Discos Pioneer PLX-1000

Carcaça

Toda feita de plástico rígido (Talvez ABS), só tem um pequeno pedaço de borracha em seu interior (talvez para ser resiliente à alguma frequência que afetava mais aquela parte). Clique na imagem para ampliar e ver os detalhes.

Layout Interno de Componentes e Fios

O layout interno dos fios deixa a desejar. Como exemplo, a foto ao lado mostra, em certo ponto do percurso, o cabo de força preso simplesmente por pequenos grampos plásticos, podendo escapar facilmente através do transporte ou devido a variações de temperatura no ambiente.

Módulo do Pitch

Ao contrário do Technics, o pitch do Pioneer é soldado diretamente na placa principal,
tornando mais complicada a reposição. Como o pitch fader é a parte mais comum em ser substituída nos toca-discos, repor será uma tarefa mais difícil para quem não sabe lidar com um soldador, sem contar os riscos de, mesmo tendo experiência com reparos, danificar alguma trilha da placa principal ou mesmo a placa principal em si.

Sensor de Feedback do Motor

No Technics é feito magneticamente, no Pioneer opticamente através de um sensor que emite um facho de luz através das pequenas ranhuras em um disco de metal. Na teoria, gera uma leitura muito mais precisa, reduzindo o Wow & Flutter, mas na prática a confiabilidade é menor, pois caso comece a acumular poeira, sujeira ou umidade, começa a variar. Tanto é que nos manuais dos equipamentos está assim: Wow & Flutter Technics – 0,025% | Wow & Flutter Pioneer – 0,1%

Low and Rumble / Feedback Rejection

Este talvez seja o pior dos pontos negativos encontrado durante toda essa análise. De acordo com um teste simples e direto feito por James Field, a ressonância e a realimentação do Pioneer PLX-1000, comparado ao Technics SL-1200 MK5 foi enorme. Um zumbido nunca deve flutuar na faixa de frequência que ele usou, ou ter harmônicos integrais, como foi o caso. Para entender melhor, veja todo o vídeo (esta parte em especial é mostrada aos 24min35).

The Bright Pixel - Pioneer PLX-1000 Review

Não vendam ou troquem ainda suas antigas Mks !!!

A própria Pioneer admitiu que este último problema – a ressonância – é algo que eles já têm conhecimento. Por isso tudo meus amigos, minha vontade de trocar meus bons e velhos Technics SL-1200 desapareceu. É claro que, caso você só vá usar este toca-discos em sua casa ou em lugares que não exerçam tanta Pressão Sonora (SPL), ou até mesmo se for usar somente com vinis Timecode, este problema possivelmente passe despercebido. Mas convenhamos, se você quer um toca-discos para uso profissional em casas noturnas, e eventualmente toca com discos de vinil, compre um Technics usado. Ao menos até a Pioneer mostrar que já resolveu os problemas mostrados aqui. Espero que quando os novos modelos SL-1200G forem lançados no final do ano, uma boa alma possa abrir e mostrar o interior do equipamento para nós. Por enquanto, o resultado dessa batalha de toca-discos continua o mesmo: Technics Wins !

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Comentários

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Mostrando 7 comentários
  • Carlos
    Responder

    Excelente matéria Oslei PARABÉNS pelo trabalho

    • admin
      Responder

      Obrigado Carlos.

  • cleber
    Responder

    Boa Noite.Matéria Excelente! Favor me Ajudar a Resolver,esse Problema Persiste em meus Dois Toca Discos: Sony PS-T20 BS & Sharp RP-31 Eles Tem Exatamente este Zumbido,do qual Não Consigo me Livrar.Sou Obrigado à Tirar Quase Todo o Grave do Som,ao Ponto de Tremer o Disco e a Agulha Fica Saltando Sobre o LP! Desde Já Agradeço Sua Ajuda! Bom Um Dia de Domingo e Beijo No Coração,Valeu!!!

    • admin
      Responder

      Olá Cleber, esse zumbido pode ser por uma série de motivos. Tente colocar um travesseiro embaixo do toca-discos e deixá-lo longe das caixas de som. Outro motivo talvez seja por causa do desgaste dos fios com o tempo, e para reparar – se for esse o caso – o jeito é trocar toda a fiação de dentro do braço e para ter certeza que todo o sistema fique bom, faça uma revisão nos cabos e plugs RCA. Se não me engano, o Sony PS-T20 BS não tem no braço o fio para fazer o aterramento. O ideal é procurar um bom técnico para fazer uma revisão geral e fazer esses reparos. Espero que essas dicas possam te ajudar. Um abraço.

  • Alessandro Carvalho
    Responder

    Faltou salientar outras qualidade da PLX 1000, como o torque 3x maior que a MK e o revestimento de borracha no braço.

    • admin
      Responder

      A Empresa Hanpin lista o torque de partida, enquanto a Technics lista o torque enquanto o toca-discos está girando. É algo ilusório, porque o torque inicial é maior (1.6 kgf/cm), mas não significa que ele seja um motor mais forte do que os da Technics (1.5 kgf/cm). Por isso muitas pessoas pensam que os toca-discos Super-OEM têm mais torque do que as Technics – o que, de fato não acontece. O que de fato acontece é que a velocidade de partida é realmente maior e os Super-OEM atingem a velocidade correta extremamente mais rápido do que um antigo Technics, daí essa impressão de ter um “torque maior”.

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